Entrevista
realizada em 02.05.06
com o autor do livro, Diomar Pereira.
Culturatura:
Primeiramente,
quem é Diomar Pereira?
Diomar:
Advogado
formado pela Usp em 1953. Nascido em Getulina, no interior de São
Paulo, onde fui prefeito por duas vezes. Resido na capital, na Lapa,
desde 1977.
Culturatura:
O
que o motivou a escrever o livro?
Diomar:
Minha paixão pelo futebol
e meu desejo de por para fora as minhas lembranças de 60 anos, tanto
no futebol como na política e vida familiar.
Culturatura: A
família te deu apoio durante o desenvolvimento do livro?
Diomar: Total apoio.
Coordenando, revisando, digitando, fotografando e toda a parte de
divulgação.
Culturatura:
Por que o título
do livro "Futebol Minha Paixão"?
Diomar: A essência
do livro é o futebol. O título seria "Minhas Duas Paixões".
A paixão pelo 9 de julho, meu clube do interior, Getulina, onde fui
jogador, treinador e presidente. E a paixão pela Lusa do Canindé, em
torno dessas duas paixões fui desfilando histórias que vivi ou
presenciei no futebol. São memórias de Getulina e de São Paulo.
Culturatura:
Onde
fica Getulina?
Diomar:
No
interior do estado de São Paulo, entre as cidades de Lins e Marília.
Culturatura:
Além
de Getulina e São Paulo, outras cidades são citadas?
Diomar: Sim, muitas do
interior. Jaú, Oswaldo Cruz, Pacaembu, Monte Aprazível, Neves
Paulista, dentre outras.Tudo com muitas fotos.
Culturatura:
De
quem é a capa do livro?
Diomar: É do meu amigo
Douglas de Souza, da editora Milenium. Conseguiu o Douglas captar
minha paixão pela Lusa, daí as cores verde e vermelha. Minha paixão
pelo 9 de Julho, daí as fotos minhas, como goleiro, onde apareço de
óculos.
Culturatura:
Como
está sendo feita a divulgação do livro?
Diomar:
A minha editora não é
especializada em livros comerciais, assim não tem estrutura para
divulgação e distribuição. A divulgação é direta. Já estive na
Tv Mulher com o Milton Neves, no Terceiro Tempo da Tv Record, na Rádio
Trianon com o Lucas Neto, na rádio Imprensa com a equipe da Lusanet,
com o Juarez Soares, da Rádio Gazeta, pela internet e com o auxílio
de amigos vou divulgando.
Culturatura:
Há
algum fato pitoresco em sua passagem pelo futebol?
Diomar:
O fato marcante é que
fui goleiro no 9 de Julho e no Linense, clube que já disputou a divisão
especial e sempre joguei de óculos. O Walter Abrahão acha que fui o
único goleiro a jogar de óculos.
Culturatura:
O seu livro é só
de memórias?
Diomar:
Não. Faço
constar um anexo com regras de futebol, aspectos que julgo negativos
no esporte e minhas idéias para o aperfeiçoamento dos campeonatos. Há
uma relação dos principais estádios do Brasil, com tamanho, nome, público
e o apelido como são conhecidos, e também uma relação do acesso e
descenso do Campeonato Paulista.
Culturatura:
Em seu livro consta mais
alguma coisa além do futebol e memórias?
Diomar: Sim.
A história sobre a fundação de Getulina, a criação da comarca,
minha passagem por dois programas do Silvio Santos, o cidade x cidade,
na Tv Tupi o Arrisca Tudo, na Tv Globo, quando fiquei três semanas,
falando sobre o grande autor Francisco Alves.
Culturatura:
Por
que torcer pela Lusa do
Canindé?
Diomar: É uma paixão
de 65 anos. Considero-me o mais antigo torcedor da Lusa, além, é
claro dos portugueses e seus descendentes. Não tenho nenhum laço de
sangue lusitano e nenhuma ligação familiar com jogadores da
portuguesa. Por isso, considero-me o legítimo torcedor de
arquibancada desde 1940, desde a época das Balas Futebol.
Culturatura:
A portuguesa já lhe
deu alguma alegria?
Diomar: A
Lusa já possuiu o melhor time de futebol do Brasil, quando fornecia
quatro ou cinco jogadores para a seleção brasileira. Quando havia a
disputa por estados, ela chegou a ser a base da seleção paulista, com
nove titulares. Foi fita azul do futebol brasileiro por três vezes,
por excursões
vitoriosas e invictas pela América e Europa. No livro apresento o
time ideal da Lusa, o time dos sonhos e a relação de seus melhores
jogadores. Só para
adiantar digo que o melhor jogador da portuguesa de todos os tempos
foi o PINGA, José Lázaro Robles, que vi estrear em 1943.
Culturatura:
Qual a sua opinião
sobre os dirigentes de futebol?
Diomar: Como
tantos já disseram, o futebol brasileiro cresceu e tem crescido no
gramado. Do campo para fora continua na fase amadora. E com isso os
espertalhões se aproveitam da ignorância e da ingenuidade de tantos
para enriquecer ou alcançar o poder indefinidamente. Falo isso no meu
livrinho.
Culturatura:
Uma
visão geral sobre o futebol brasileiro.
Diomar: No
item – minhas idéias – explano o que acho do futebol brasileiro.
Como torcedor de arquibancada procuro exprimir o desalento, o
desencanto do apaixonado pelo futebol que vê os nossos grandes
craques esbanjando classe, categoria e técnica para os estrangeiros.
Nós brasileiros só assistimos gols, alguns grandes momentos. E os
nossos grandes clubes indo à falência. Tudo
isso sem qualquer reação do público, da imprensa, das autoridades e
dos próprios jogadores, também omissos.
Culturatura:
Existe
intenção de escrever outro livro?
Diomar: Sim,
tenho plano de mais dois. Quanto à publicação dos mesmos, não sei.
Um é biografia do cantor Francisco Alves. Estou pesquisando porque
nossos grandes cantores são ignorados pela mídia e conseqüentemente
pelo público. Os estrangeiros são cultuados e adorados em suas pátrias,
como heróis Elvis Presley – Frank Sinatra – Carlos Gardel, falecido
há 70 anos, e tantos outros. Outro livro é sobre minha formação
universitária, a participação do empregado no lucro da empresa.
Pretendo escrevê-los, mas não necessariamente publicá-los.
Culturatura:
O
que você espera de reação do público leitor?
Diomar: É o meu
primeiro livro, possivelmente o único, e não posso dar uma resposta
precisa. Ao ver o livro editado, deu–me uma sensação de
incapacidade, por não possuir estrutura para divulgar e distribuir o
livrinho. Espero que não vejam na obra uma realização literária e
sim uma coletânea de memórias e casos. Sou um contador de histórias.
Espero que gostem dos casos reais, todos eles, independentemente
do nenhum valor literário.
Culturatura:
Como
adquirir o seu livro?
Diomar: Fiz
o lançamento do livro em Getulina, onde se pode encontrar no Tok Mágico
e no Matheus Restaurante. Em São Paulo o lançamento será no dia 13
de maio, sábado, às 17h, no salão paroquial da igreja São João
Vianney (Praça Cornélia nº 33, na altura do número 900 da Rua Clélia,
na Lapa). Podem adquirir direto da editora ou comigo através do
e-mail: diomarpereira@terra.com.br.
O
prefácio do livro é do Walter Abrahão, jornalista e político, meu
amigo de juventude. Clique aqui
para ler um trecho do
prefácio.
Culturatura:
Culturatura é um site
voltado para a educação. Qual sua opinião com relação à educação?
Diomar: É o maior
bem de uma pessoa. A educação alarga os horizontes do indivíduo, dá–lhe
oportunidade para se realizar. É um instrumento que lhe permite
transpor obstáculos, tanto servindo a observação para o individuo,
isoladamente, como para a sociedade e o estado.
Culturatura:
Sua
mensagem de otimismo para os jovens.
Diomar: Eu acho à
educação a base de tudo, os jovens devem lutar para chegar ao ensino
superior. Isso lhes dará condições para serem úteis à comunidade,
se realizarem e serem felizes. Mesmo numa sociedade de economia
voltada para o lucro, os que chegam ao nível superior terão mais
oportunidade de se destacarem. Porém, o caminho não é fácil. Mesmo
os que concluem os seus estudos terão ainda um caminho longo a
percorrer. Mas vale a pena.
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