Triste
fim de Policarpo Quaresma
Lima
Barreto
Este
romance é a sua obra-prima. Verdadeira epopéia cômico-trágica de
um "Dom Quixote" nacional, conta à história do major
Policarpo Quaresma, um patriota ardoroso e ingênuo, que leva ao
extremo o seu fanatismo nacionalista.
...Inicia por uma tentativa de REFORMA CULTURAL, dedicando-se a
infrutíferas pesquisas folclóricas e chegando até mesmo a propor
a adoção do tupi-guarani como língua oficial do Brasil. Devido ao
exagero de suas esquisitices nacionalistas, é internado como louco
num hospício.
...Quando
sai de lá, resolve fazer uma REFORMA AGRÍCOLA. Compra um sítio
para pôr em prática a sua teoria de que as terras brasileiras eram
as mais férteis do mundo, capazes de saciar a fome nacional. Maior
do que a luta contra os elementos da natureza, é o seu confronto
com as deficiências administrativas, os impostos, a burocracia, a
politicagem...
...Sua
derradeira tentativa é a REFORMA POLÍTICA: adere ao "governo
forte" de Floriano, em quem vê o "salvador da pátria".
Mas, com a "Revolta da Armada", fica indignado contra a
violência do tratamento dado aos derrotados. Escreve uma
carta-protesto. Considerado, por isso, um traidor, Quaresma é preso
e condenado à morte. Enquanto aguarda sua execução, Quaresma faz
uma lúcida autocrítica de seu nacionalismo ingênuo, compreendendo
a distância que havia entre seus ideais patrióticos e a realidade
mesquinha de sua época. |