Mar
morto
Jorge
Amado
Mar
Morto, pertence à primeira fase do autor: depoimentos líricos, com
predominância do elemento sentimental, sobre rixas, e amores de
marinheiros.
A
história se passa no Cais da Bahia, onde viviam os marinheiros, e
um dos mais antigos era Seu Francisco que criava o sobrinho Guma,
ensinando-lhe as leis do mar. Guma, com o tempo, tomou conta do
saveiro chamado Valente.
A
fama de Guma no cais ocorreu em uma noite de tempestade, onde Guma,
com o seu Valente, salvou um navio (Canavieiras) que iria naufragar.
Depois
disso, Guma conheceu Lívia, uma das moças mais bonitas do cais,
casou-se com ela e foram morar com Seu Francisco, onde ao lado deles
foram morar Rufino (um grande amigo de Guma) e Esmeralda.
Viviam
muito bem, até que Guma envolveu-se com Esmeralda que o perseguia,
Rufino descobriu, matou Esmeralda e depois matou-se de desgosto.
Logo depois, Lívia descobriu que estava grávida. Guma, com remorso
de ter traído Rufino e Lívia, pegou o Valente e foi para o mar e
bateu nas pedras. Não morreu, mas o Valente ficou totalmente destruído.
Lívia
teve o filho que se chamava Frederico e Guma estava feliz com o
filho, mas ao mesmo tempo arruinado por ter perdido seu saveiro. Sem
escolha, começou a contrabandear seda (já tinha comprado outro
saveiro) para os árabes. Numa dessas viagens, o filho de um dos árabes
tinha ido junto para Porto de Santo Antônio, mas caiu no mar. Guma
pulou no mar e conseguiu salvá-lo, mas morreu com seu ato de
coragem.
Lívia
ficou com Frederico e o Seu Francisco, e tomaram conta do saveiro
(de nome Paquete Voador) apenas com a lembrança de Guma que ficará
na memória do cais, principalmente porque após sua morte as águas
do mar se tornaram calmas e mortas, mas também por ele ter sido um
homem de coragem e bom coração. |