A
literatura latina compreende toda a produção literária escrita em
latim, desde os romanos, quando o latim era língua viva, até o período
medieval e renascença, quando foi usada por muitos outros povos com
linguagem ritual, escolar e oficial.
Por
ter sido o latim a língua culta da idade média européia, empregada
pela filosofia e pela ciência até meados do século XVIII, a influência
da literatura latina na evolução da cultura ocidental é incalculável.
Os
romanos não eram inclinados à cultura das letras ou das artes; não
possuíam a flexibilidade e a versatilidade do pensamento, nem tinham
também o poder de imaginação próprio dos antigos gregos.
A
virtude do povo romano estava na moderação viril, na constância,
justamente o que os tornaram capazes de serem grandes, como estadistas,
legisladores e os famosos guerreiros.
A
arte e as letras não exerceram nos romanos, fascínio algum, até que
o contato com os gregos vai acordar nesse povo o sentimento de se
igualar ou mesmo superar a cultura helênica. O gosto artístico se
torna cada vez maior...
Também
é verdade que os romanos não tiveram mitologia enquanto não
adotaram a dos gregos. As únicas formas do saber, valiosas aos olhos
deles, são o conhecimento das leis, as tradições lendárias e a
facilidade de falar em público. Daí entender porque os primeiros
escritores latinos foram na maioria estrangeiros,
ou seja, os não nascidos em Roma, e escravos libertados que lutavam com a
pobreza.
Tendo-se
em conta que deveria agradar o gosto rudimentar e primitivo de cultura
dos ouvintes e dos leitores os trabalhos eram simples.
Toda
a produção literária dos primeiros 500 anos após a fundação da
cidade, foi de caráter exclusivamente nacional e não sofreu influência
estrangeira.
Não
há meios para julgar em que condições de desenvolvimento se achava
a língua de Roma na época da fundação da cidade. Restam poucas orações
ou formas rogativas de data remotíssima, expressas em linguagem difícil
de entender. Não é possível dizer se houve e se foram ou não
introduzidas alterações por quem as transcreveu.
Somente
depois de 513 foram encontrados vestígios da literatura que mais
tarde foi tida como tal no seu verdadeiro significado, e que só se
expandiu na sua totalidade quando as letras gregas tinham passado a
idade brilhante e perdido quase que toda a força de produção
original.
DIVISÃO
CRONOLÓGICA EM PERÍODO
A
história da literatura latina está dividida nos seguintes períodos:
a)
Primeiro período: dos tempos mais remotos à idade e Lívio
Andrônico (até 240 a.C.).
b)
Segundo período: o sexto século depois da fundação de Roma
(240 – 150 a.C.).
c)
Terceiro período: o sétimo século depois da fundação de
Roma (150 – 80 a.C.).
d)
Quarto período: idade de Cícero e de Augusto (80 a.C. – 14
d.C.).
1)
Idade de Cícero (80 – 43 a.C.):
Até o consulado (80 – 63
a.C.),
Até sua morte (63 – 43
a.C.).
2) Idade de Augusto (43 a.C.
– 14 d.C.).
e)
Quinto período: (imperial), da morte de Augusto à morte de
Justiniano (14 d.C. – 565 d.C.).
1)
1º século: da morte de Augusto ao advento de Nerva (14 – 96).
2)
2º século: do advento Nerva a Caracala (96 – 211).
3)
3º século: do advento de Caracala à abdicação de Deocleciano (211
– 305).
4)
4º século: da abdicação de Deocleciano ao definitivo
desmembramento do império (305 – 395).
5)
5º século: do definitivo desmembramento do império à queda do império
ocidental (395 – 476).
6)
6º século: da queda do império ocidental à morte de Justiniano
(476 – 565). |