NOTA
INFORMATIVA
A
carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei D. Manuel
é considerada o primeiro documento da nossa história, e também
como o primeiro texto literário do Brasil.
Esta
crônica do nascimento do Brasil, redigida em forma de diário, vem
motivando um volumoso número de estudos e edições, desde quando o
padre Manuel Aires de Casal a publicou pela primeira vez na Corografia
brazílica. O original
desse precioso documento, em sete folhas de papel manuscritas, cada
uma em quatro páginas, num total de 27 páginas de texto e mais uma
de endereço, encontra-se guardado no Arquivo Nacional da Torre do
Tombo, em Lisboa, (gaveta 8, maço 2, n.2).
A
carta de Caminha caracteriza-se pela descrição da tipicidade
humana do indígena. A preocupação em traduzir gestos, a
caracterização corporal, a alimentação e abrigo, enfim, o modo
de existir do índio demonstram o valor dessa carta narrativa como
documento e obra literária.
Observou
Carlos Malheiro Dias que “Caminha não era um cosmógrafo. O que
ele redigiu para recreio e esclarecimento do rei foi uma narrativa
impressionista em que revela aquela cultura literária tão própria
dos portugueses da sua grande época, e aquela capacidade de observação,
e aquela capacidade de compreender e descrever judiciosamente, que
constituem o mais esplêndido encanto dos cronistas”. A preocupação
em traduzir gestos, a caracterização corporal, a sua alimentação
e abrigo, enfim, o seu modo de existir, demonstra o valor dessa
carta narrativa como documento e obra literária. |