A
transmissão da dengue é feita principalmente através do mosquito Aedes
aegypti,
mas existe outra espécie, o Aedes
albopictus,
que também é encontrado em áreas urbanas e pode transmitir a doença.
A principal fonte de infecção, contudo, é o homem. Se alguém
estiver doente e for picado por um mosquito são, vai transmitir a
doença ao inseto – e este, por sua vez, irá infectar outra pessoa,
fechando a cadeia de transmissão. Não existe transmissão de uma
pessoa para outra. O homem é capaz de infectar o mosquito durante
seis dias – um dia antes do início dos sintomas até cinco dias
depois.
O deslocamento de pessoas infectadas ou mosquitos transportados em veículos
e cargas é que fazem a doença se alastrar.
O
Aedes
aegypti é um mosquito com hábitos bastante
conhecidos, é um inseto essencialmente doméstico: a fêmea prefere
depositar seus ovos em recipientes artificiais ou naturais contendo água
limpa, tais como o interior de vasos de plantas, latas vazias, pneus
velhos, calhas de telhado, garrafas e cacos de vidro sobre muros. Se a
fêmea estiver infectada, seus ovos também estarão. Depositados a
alguns milímetros acima da linha d'água, os ovos são muito
resistentes: se a água secar, eles se fixam às paredes dos reservatórios,
onde podem resistir, ressecados, por até 450 dias. Assim que entrarem
novamente em contato com água, o ciclo evolutivo do inseto é
reiniciado.
Somente
a fêmea se alimenta de sangue, necessário para o amadurecimento dos
ovos. O período de desenvolvimento do mosquito varia: com o aumento
da temperatura e umidade relativa do ar (chuvas), o inseto se reproduz
mais rapidamente – o período habitual é de nove a treze dias. Isso
explica o aumento de casos no verão.
O
mosquito tem pequena autonomia de vôo – voa a no máximo duzentos
metros do criadouro. Por isso, a erradicação dos criadouros
interrompe a transmissão da doença. As medidas sanitárias de
controle sobre o mosquito incluem a medição dos índices de infestação
domiciliar. Quando apenas duas em cada cem casas visitadas apresentam
focos de mosquito, as autoridades consideram que a infestação está
sobre controle. No entanto, pode haver transmissão mesmo quando os índices
de infestação domiciliar sejam menores que 1%.
O
uso de mosquiteiros é inútil, a não ser para proteção de crianças
de berço, pois a fêmea do mosquito pica durante o dia, ao contrário
dos outros mosquitos que também picam a noite.
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