Gil
Vicente nasceu por volta de 1465, provavelmente em Guimarães.
Alguns biógrafos acreditam que, ao lado da atividade literária,
tenha praticado a ourivesaria. Para outros, teria sido também
alfaiate.
É
certo que seu primeiro texto teatral, o Auto da visitação
ou Monólogo do vaqueiro, foi representado na noite de 7
para 8 de junho de 1502, no quarto da rainha D. Maria, como
homenagem ao nascimento do futuro rei D.João III.
Nos
34 anos seguintes, Gil Vicente, incumbido de organizar
festas e cerimônias comemorativas no palácio real,
produziu cerca de 45 textos teatrais. Sua última peça, Florestas
de enganos, é de 1536. Após essa data, não há mais
notícias seguras sobre o escritor.
Alguns
textos de Gil Vicente foram publicados durante sua vida, sob
a forma de folhetos de cordel.
Após
sua morte, seu filho Luís Vicente organizou e publicou a Compilaçam
de todalas obras de Gil Vicente (1562), obra que, apesar
de se pretender completa, não inclui toda a produção
vicentina, pois é sabido que alguns textos se perderam e
que há pelo menos mais três peças atribuíveis a esse
ator além das nela agrupadas. Alguns textos preservados em
folhetos de cordel apresentam variações em relação à
forma como aparecem na compilação.
Além
da produção teatral, Gil Vicente deixou-nos alguns poemas
no Cancioneiro geral e outros textos mais
circunstanciais, como cartas, um sermão em versos e poemas
ligados a acontecimentos da Corte ou de assuntos burlesco. |