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dos autores portugueses

O grande nome de prosa barroca portuguesa e brasileira é o Padre António Vieira, nasceu em Lisboa, em 1608. Em 1614 mudou-se com a família para o Brasil, instalando-se no estado da Bahia na cidade de Salvador.

António Vieira, em 1623, iniciou seu noviciado na Companhia de Jesus. Estreou no púlpito em 1633, na Bahia, onde pregou seu primeiro sermão, antes mesmo de sua ordenação sacerdotal.

Em 1635 foi ordenado sacerdote, passando a correr as aldeias da Bahia como pregador.

A partir de 1641, ano seguinte a Restauração Portuguesa, António Vieira retornou a Portugal a fim de garantir ao rei D. João IV a adesão da Colônia à causa da independência portuguesa. Tornou-se homem de confiança do novo rei, iniciando suas atividades de pregador na Capela real e recebendo várias missões diplomáticas na Europa (França e Holanda). Foi nessa época que tentou efetivar sua política e defesa dos cristãos-novos, procurando protegê-los da Inquisição para poder contar com seus capitais na exploração comercial da Colônia.

Vieira retornou ao Brasil no final de 1652, instalando-se no Maranhão, onde chefiou a missão jesuíta. Foi expulso, em 1661, pelos colonos, por tentar impedir a escravização de índios.

A um homem tão brilhante e politicamente tão eficiente não poderiam faltar as perseguições. Em 1667 foi condenado pelo tribunal da Inquisição, sendo proibido de pregar.

No ano seguinte foi anistiado, recomeçando sua atividade oratória. Partiu então para Roma, onde obteve sucesso na pregação e também na denúncia das atrocidades cometidas pela Inquisição em Portugal. Depois da luta contra a Inquisição, Padre António Vieira acabou retornando ao Brasil, em 1688.

Morreu na Bahia, na cidade de Salvador, em 1697, com 89 anos de idade, após exercer por vários anos cargos superiores na burocracia jesuíta e preparar a publicação de boa parte de sua obra.

A extensa obra do Padre António Vieira reflete sua intensa participação nos debates sociais e políticos de Portugal e do Brasil no século XVII. Dessa forma, seus sermões e cartas abrangem, além de temas mais especificamente religiosos, questões polêmicas da época, como a luta de independência portuguesa, o confronto com os holandeses no Nordeste, a escravidão índia e negra, a defesa dos judeus e cristãos-novos contra a intolerância da Inquisição.

Vieira, além disso, escreveu obras de caráter profético, expondo sua crença de fundo sebastianista num reino universal católico organizado sob a Coroa Portuguesa (o “Quinto Império”); dentre essas obras merece destaque a História do futuro.

A obra do Padre António Vieira constitui o notável resultado de uma capacidade privilegiada para o manuseio da expressão verbal. Seus textos são riquíssimos em imagens, jogos de significados e conceitos, metáforas, apóstrofes, hipérboles e outras figuras, e procedimentos lingüísticos.

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