Antero
Tarquínio de Quental nasceu em Ponta Delgada, nos Açores,
em 1842. Suicidou-se no mesmo local, em 1891. Estudou
Direito em Coimbra, onde foi líder estudantil.
Sua
participação na Questão Coimbrã transformou-o em
principal animador da nova geração literária. Viveu em
Paris como operário, procurando pôr em prática seus
ideais socialistas.
De
volta a Portugal, integrou-se em Lisboa ao grupo do Cenáculo
e teve papel fundamental na organização das Conferências
Democráticas do cassino Lisbonense. Depois disso, foi
acometido de forte doença nervosa, recolhendo-se às
propriedades da família nos Açores, de onde só saiu em
1890, para uma breve participação num grupo patriótico na
cidade do Porto.
Sua
produção poética encontra-se nos livros Raios de
extinta luz, Primaveras românticas, Odes modernas e
Sonetos completos, e em outros opúsculos publicados
pelo autor ou postumamente. Antero escreveu também prosa
polêmica e filosófica.
A
poesia de Antero de Quental apresenta três fases: a das
experiências juvenis, em que coexistem diversas tendências;
a da poesia militante, empenhada em agir como “voz da
revolução”, e a da poesia de tom metafísico, voltada
para a expressão da angústia de quem busca um sentido para
a existência.
A
oscilação entre uma poesia de combate, dedicada ao elogio
da ação e da capacidade humana, e uma poesia intimista,
direcionada para a análise de uma individualidade
angustiada, parece ter sido constante.
Os
estudiosos mais recentes preferem ver a coexistência dessas
duas tendências poéticas na sua obra madura, abandonando a
divisão em uma seqüência cronológica de três fases. |