Vicente
Augusto de Carvalho, advogado, jornalista, político,
magistrado, poeta e contista, nasceu em Santos, SP, em 5 de
abril de 1866, e faleceu em São Paulo, SP, em 22 de abril
de 1924. Eleito em 1o de maio de 1909 para a Cadeira n. 29,
na sucessão de Artur Azevedo, foi recebido na sessão de 7
de maio de 1910, por carta.
Era
filho do major Higino José Botelho de Carvalho e de Augusta
Bueno Botelho de Carvalho. Fez o primário na cidade natal
e, aos 12 anos, seguiu para São Paulo, matriculando-se no
Colégio Mamede e, depois, no Seminário Episcopal e no Colégio
Norton, onde fez os preparatórios. Aos 16 anos
matriculou-se na Faculdade de Direito. Em 1886, com 20 anos,
era bacharel em Direito. Republicano combativo, cursava
ainda o 4o ano quando foi eleito membro do Diretório
Republicano de Santos. Em 1887, era delegado a Congresso
Republicano, reunido em São Paulo. Em 1891, era deputado ao
Congresso Constituinte do Estado. Em 1892, na organização
do primeiro governo constitucional do Estado, foi escolhido
para a Secretaria do Interior. Por ocasião do golpe de
estado de Deodoro, abandonou o cargo que vinha exercendo.
Mudou-se, então, para Franca, município do interior
paulista, e tornou-se fazendeiro. Em 1901, regressou a
Santos, dedicando-se à advocacia. Em 1907, mudou-se para São
Paulo, onde foi nomeado juiz de direito. Em 1914, passou a
ministro do Tribunal da Justiça do Estado.
Vicente
de Carvalho foi, durante toda a sua vida, um jornalista
combativo. Até 1915, sua atuação na imprensa foi quase
ininterrupta. Em 1889, era redator do Diário de Santos,
fundando, no mesmo ano, o Diário da Manhã, de Santos. Ali
manteve ainda colaboração em A Tribuna e fundou, em 1905,
O Jornal. Até 1913 colaborou no Estado de S. Paulo. No fim
da vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato
com seus leitores através dos versos que publicava nas páginas
de A Cigarra.
Poeta
lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas
de tendência parnasiana. Foi grande artista do verso, da
fase criadora do Parnasianismo. Da sua produção poética
ele próprio destacou poemas que são de extrema beleza,
como: "Palavras ao mar", "Cantigas
praianas", "A ternura do mar", "Fugindo
ao cativeiro", "Rosa, rosa de amor",
"Velho tema", "O pequenino morto". |