Luís
Carlos Martins Pena, teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro,
RJ, em 5 de novembro de 1815, e faleceu em Lisboa, Portugal,
em 7 de dezembro de 1848. É o patrono da Cadeira n. 29, por
escolha do fundador Artur Azevedo.
Era
filho de João Martins Pena e Francisca de Paula Julieta
Pena. Órfão de pai com um ano de idade e de mãe aos dez,
foi destinado pelos tutores à vida comercial. Completou o
curso do comércio em 1835. Cedendo à vocação, passou a
freqüentar a Academia de Belas Artes, onde estudou
arquitetura, estatuária, desenho e música; simultaneamente
estudava línguas, história, literatura e teatro. Em 1838,
entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde
exerceu cargos, até chegar ao posto de adido à Legação
do Brasil em Londres. Doente de tuberculose, e fugindo ao
frio de Londres, veio a falecer em Lisboa, em trânsito para
o Brasil.
De
1846 a 1847, fez crítica teatral como folhetinista do
Jornal do Commercio. Seus textos foram reunidos em
Folhetins. A semana lírica. Mas foi como teatrólogo a sua
maior contribuição à literatura brasileira, em cuja história
figura como o fundador da comédia de costumes. Desde O juiz
de paz da roça, comédia em um ato, representada pela
primeira vez, em 4 de outubro de 1838, no Teatro de São
Pedro, até A barriga de meu tio, comédia burlesca em três
atos, representada no mesmo teatro em 17 de dezembro de
1846, escreveu aproximadamente 30 peças, quase tantas obras
quantos anos de idade, pois o autor tinha apenas 33 anos
quando faleceu. O caráter geral de todas as suas peças é
o da comédia de costumes. Dotado de singular veia cômica,
escreveu comédias e farsas que encontraram, na metade do século
XIX, um ambiente receptivo que favoreceu a sua popularidade.
Envolvem sobretudo a gente da roça e do povo comum das
cidades. Sua galeria de tipos, constituindo um retrato
realista do Brasil na época, compreende: funcionários,
meirinhos, juízes, malandros, matutos, estrangeiros, falsos
cultos, profissionais da intriga social, em torno de casos
de família, casamentos, heranças, dotes, dívidas, festas
da roça e das cidades. Foi, assim, Martins Pena, quem
imprimiu ao teatro brasileiro o cunho nacional, apontando os
rumos e a tradição a serem explorados pelos teatrólogos
que se seguiriam. A sua arte cênica ainda hoje é
representada com êxito. |