João
Ubaldo Osório Pimentel, jornalista, professor,
romancista, contista e cronista, nasceu em Itaparica, BA, em
23 de janeiro de 1941. Eleito em 7 de outubro de 1993 para a
Cadeira n. 34, na sucessão de Carlos Castello Branco, foi
recebido em 8 de junho de 1994, pelo acadêmico Jorge Amado.
Dos
primeiros meses de idade até cerca de onze anos, viveu com
sua família em Sergipe, onde o pai era professor e político.
Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio de Janeiro para, em
seguida, fixar-se em Itaparica, onde viveu aproximadamente
sete anos. Entre 1990 e 1991, morou em Berlim, a convite do
Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD - Deutscher
Akademischer Austauschdienst). Na volta, passou a morar no
Rio de Janeiro. Casado com Maria Beatriz Moreira Caldas
Ribeiro, 1962; Mônica Maria Roters, 1971; e Berenice de
Carvalho Batella Ribeiro, 1982. Tem quatro filhos.
Bacharel
em Direito (1959-62) pela Universidade Federal da Bahia,
jamais chegou a advogar. Pós-graduado em Administração Pública
pela mesma Universidade e Mestre (Master of Science) em
Administração Pública e Ciência Política pela
Universidade da Califórnia do Sul.
Entre
outras atividades, foi professor da Escola de Administração
e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia
e professor da Escola de Administração da Universidade Católica
de Salvador. Como jornalista, foi repórter, redator, chefe
de reportagem e colunista do Jornal da Bahia; colunista,
editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia. É
colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha;
colaborador de diversos jornais e revistas no país e no
exterior, entre os quais, além dos citados, Diet Zeit
(Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O
Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S.
Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos
outros.
A
formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda
nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens
escritores brasileiros que participaram do International
Writing Program da Universidade de Iowa. Trabalhando na
imprensa, pôde também escrever livros de ficção e
construir uma carreira que o consagrou como romancista,
cronista, jornalista e tradutor.
Seus
primeiros trabalhos literários foram publicados em diversas
coletâneas (Reunião, Panorama do conto baiano). Aos 21
anos de idade, escreveu seu primeiro livro, Setembro não
tem sentido, que desejava batizar como A semana da pátria,
contra a opinião do editor. O segundo foi Sargento Getúlio,
de 1971. Em 1974, publicou Vencecavalo e o outro povo, que
por sua vontade se chamaria A guerra dos Paranaguás.
Consagrado
como um marco do moderno romance brasileiro, Sargento Getúlio
filiou o seu autor, segundo a crítica, a uma vertente literária
que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de
Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os
costumes do Nordeste brasileiro e, em particular, dos
sergipanos. Esse regionalismo extremamente rico e fiel
dificultou a versão do romance para o inglês, obrigando o
próprio autor a fazer esse trabalho. A seu respeito
pronunciaram-se, nos Estados Unidos e na França, todos os
grandes jornais e revistas.
Recebeu
o Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado do Rio de Janeiro,
conferido, em 1971, ao seu romance Sargento Getúlio; dois
prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1971 e
1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance
do Ano; o Prêmio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia,
Alemanha); o Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça).
Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de
Tubigem, Alemanha (1996). |