Luís
Nicolau Fagundes Varela, poeta, nasceu em Rio Claro, RJ, em
18 de agosto de 1841, e faleceu em Niterói, RJ, em 17 de
fevereiro de 1875. É o patrono da Cadeira n. 11, por
escolha do fundador Lúcio de Mendonça.
Era
filho do Dr. Emiliano Fagundes Varela e de Emília de
Andrade, ambos de famílias fluminenses bem situadas. Passou
a infância na fazenda natal e na vila de S. João Marcos,
de que o pai era juiz. Depois, residiu em vários locais.
Primeiro em Catalão (Goiás), para onde o magistrado fora
transferido em 1851 e onde Fagundes Varela teria conhecido o
juiz municipal Bernardo Guimarães. De volta à terra natal,
residiu em Angra dos Reis e Petrópolis, onde fez os estudos
do primário e secundário. Em 1859, foi terminar os
preparatórios em São Paulo. Só em 1862 matricula-se na
Faculdade de Direito, que nunca terminou, preferindo a
literatura e dissipando-se na boêmia. Em 1861, publicara o
primeiro livro de poesias, Noturnas.
Contraiu
matrimônio com a artista de circo Alice Guilhermina Luande,
de Sorocaba, que provocou escândalo na família e
agravou-lhe a penúria financeira. O primeiro filho,
Emiliano, morto aos três meses de idade, inspirou-lhe um
dos mais belos poemas, Cântico do Calvário. A partir daí,
acentuam-se nele a tendência ambulatória e o alcoolismo,
mas também a inspiração criadora. Publicou Vozes da América
em 1864 e a sua obra-prima Cantos e fantasias, em 1865.
Nesse ano, ou em 66, durante uma viagem prolongada a Recife,
faleceu-lhe a mulher, que não o acompanhara ao Norte. Ele
voltou a São Paulo, matriculando-se em 1867 no 4o ano do
curso de Direito. Abandonou de vez o curso e recolheu-se à
casa paterna, na fazenda onde nascera, em Rio Claro, onde
permanece até 1870, poetando e vagando pelos campos.
Deixou-se sempre ficar na vida indefinível de boêmio, sem
rumo, sem destino determinado. Casou-se pela segunda vez com
a prima Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve
duas filhas e um filho, este também falecido
prematuramente. Em 1870, mudou-se com o pai para Niterói,
onde viveu até o fim da vida, com largas estadas nas
fazendas dos parentes e certa freqüência nas rodas da boêmia
intelectual do Rio.
Vivendo
na última fase do Romantismo, a sua poesia revela um hábil
poeta do verso. Em "Arquétipo", um dos primeiros
poemas, faz profissão de fé de tédio romântico, em
versos brancos. Embora o preponderante em sua poesia seja a
angústia e o sofrimento, evidenciam-se outros aspectos
importantes: o patriótico, em O estandarte auriverde (1863)
e Vozes da América (1864); o amoroso, na fase lírica, dos
poemas ligados à natureza, e, por fim, o místico e
religioso. O poeta não deixa de lado, também, os problemas
sociais, como o abolicionismo. |