Cecília
Benevides de Carvalho Meireles, filha de Carlos Alberto de
Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e
de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal,
nasceu a 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro,
foi à única sobrevivente dos quatros filhos do casal.
O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e a mãe,
quando Cecília ainda não tinha três anos.
Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia
Benevides.
Diplomando-se
pela Escola Normal em 1917, passou a exercer o magistério
primário em escolas oficiais do antigo Distrito
Federal. De 1930 a 1934, manteve no Diário
de Notícias uma página diária sobre problemas de
educação. Nesse último ano, criou a primeira
biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro
Infantil, que funcionou durante quatro anos. De 1936 a
1938, lecionou Literatura Luso-Brasileira e Técnica e Crítica
Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).
Realizou numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à
Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países,
sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se
especializou. Em Deli, o Presidente da República da
Índia conferiu-lhe o diploma de doutor honoris causa
da Universidade. Colaborou ainda, ativamente, no
jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
Aposentou-se
em 1951 como diretora de escola, porém continuou a
trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais,
na Rádio Ministério da Educação.
A
concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia
Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939,
resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta
qualidade de sua poesia.
Casou-se
em 1921, com o pintor português Correia Dias, teve três
filhas: Maria Elvira, Maria Matilde e Maria
Fernanda, esta última artista teatral consagrada.
Enviuvando-se, casou-se em 1940 com o professor Heitor
Grilo. Deixou cinco netos. Faleceu no Rio de Janeiro a
9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes
homenagens públicas. O Governo do então Estado da
Guanabara denominou Sala Cecília Meireles o grande
salão de concertos e conferências do Largo da Lapa. Há
uma rua com o seu nome, na cidade portuguesa de Benfica. |