Artur
Orlando da Silva, advogado, jornalista, político, jurista,
crítico literário e ensaísta, nasceu em Recife, PE, em 22
de junho de 1858, e faleceu na mesma cidade, em 27 de março
de 1916. Eleito em 27 de junho de 1907 para a Cadeira n. 25,
na sucessão de Franklin Dória, foi recebido em 28 de
dezembro de 1907, pelo acadêmico Oliveira Lima.
Era
filho de José Caetano da Silva, fundador e proprietário da
América Ilustrada, e de Belarmina Augusta Morais Mesquita
Pimental da Silva. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito
do Recife, em 1881. Desde logo se destacou nos meios literários,
escrevendo sobre temas filosóficos. Seus primeiros livros,
Filocrítica (1886) e Ensaios de crítica (1904) refletem as
idéias que se formaram em torno da Escola de Recife. O seu
modelo era o mestre e amigo Tobias Barreto.
Em
sua biografia é sempre citada uma dedicatória que o mestre
de Recife pôs em um exemplar da 2a edição de seus Ensaios
e estudos de filosofia e crítica (1889), nestas palavras
muito expressivas: "A Artur Orlando, o amigo incomparável,
o companheiro de batalhas, do qual bem poderá dizer o que
disse Hugo de Lamartine, que somos uma espécie de par homérico,
sendo ele quem traz a lança e eu quem dirige os corcéis".
Dedicou-se
à advocacia e, em 1885, prestou concurso para a cadeira de
Retórica e Poética do Curso Anexo da Escola do Recife.
Conseguiu o primeiro lugar, mas desistiu ao verificar que a
Congregação se indispusera contra ele. Em 1889, tornou-se
diretor geral da Instrução Pública do Recife, e dois anos
depois Secretário do Estado dos Negócios da Indústria Pública
e Particular, Assistência Pública e Estatística, mas, por
motivos políticos, não chegou a tomar posse. De 1893 a
1895, foi deputado estadual, e em 1901, senador pelo seu
Estado, renunciando dois anos depois para tomar lugar na Câmara
Federal, até 1914. Participou da revisão do Código Penal.
Colaborou
em vários jornais: 24 de Fevereiro, A Esmola, Homens e
Letras, Concentração, Folha do Norte, Jornal do Recife,
Província. Colaborou também na Revista Brasileira, na
Revista Americana, na Revista da Academia Brasileira de
Letras e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de
São Paulo. Foi redator-chefe do Diário de Pernambuco, de
1901 a 1911. Foi um dos primeiros, no Brasil, a insistir na
tese do pan-americanismo. Como integrante da Escola do
Recife, pregou o evolucionismo filosófico.
Era
membro da Academia Pernambucana de Letras, da Americana de
Ciência Política e Social, de Filadélfia, sócio
correspondente do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, da Sociedade de Geografia de Lisboa, e de outras
associações culturais. |