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dos autores brasileiros

Alfredo Gustavo Pujol, advogado, jornalista, crítico, político e orador, nasceu em São João Marcos, RJ, em 23 de março de 1865, e faleceu em São Paulo, SP, em 20 de maio de 1930. Eleito em 14 de novembro de 1917 para a Cadeira n. 23, na sucessão de Lafayette Rodrigues Pereira, foi recebido em 23 de julho de 1919, pelo acadêmico Pedro Lessa.

Era filho do educador Hippolyte Gustave Pujol e de Maria Castro Pujol. Iniciou os estudos primários com o pai. Transferiu-se para São Paulo, onde concluiu os preparatórios e cursou a Faculdade de Direito, bacharelando-se em 1890. Quando estudante, trabalhou como revisor de jornais, exercendo também o magistério particular.

O advogado distribuiu a sua atividade no foro criminal e no civil. Tornaram-se notáveis algumas defesas por ele feitas perante o tribunal do júri em São Paulo e outras cidades paulistas. Foi consultor jurídico da Associação Comercial de São Paulo. A imprensa constituiu sempre a sua atração. Escreveu em jornais de São Paulo, como o Diário Mercantil e o Estado de São Paulo, de Campinas e do Rio de Janeiro.

Iniciou a carreira política em 1888, ainda estudante do 3o ano do curso jurídico. Ao lado de Francisco Glicério, encetou a propaganda republicana com discursos e conferências políticas. Em 1892, o Partido Republicano Paulista elegeu-o deputado estadual. Três anos depois era secretário do Interior, e dedicava-se à causa do ensino. No quadriênio presidencial de Campos Sales, abandonou o mandato de deputado em virtude de divergências políticas. Militou com relevo na campanha civilista de Rui Barbosa, quando a opinião nacional se manifestou contra o militarismo implantado Pinheiro Machado, com a candidatura do marechal Hermes da Fonseca à presidência da República.

O orador distinguiu-se como advogado, como conferencista e como político, principalmente na campanha civilista. Vários de seus discursos encontram-se publicados em folheto.

A sua estréia literária se fez com um artigo sobre o romance A carne, de Júlio Ribeiro, considerado como crítica porque ele soube distinguir da arte naturalista o objetivo de escândalo. Para ele, romances como O homem, de Aluísio Azevedo, A carne, de Júlio Ribeiro, e outros do gênero na literatura brasileira, na portuguesa e na francesa, não deveriam ser considerados como obras de arte. O artigo de Pujol chamou a atenção do meio literário, porque revelava a sinceridade e coragem do jovem crítico.

Além da crítica na imprensa, passou a dedicar-se a um gênero literário em voga, introduzido por Medeiros e Albuquerque e cultivado por Olavo Bilac, Coelho Neto e muitos outros escritores do Rio e de São Paulo: a conferência literária. Notabilizou-se pelas sete conferências aos sócios da Cultura Artística, de São Paulo, em curso literário sobre a personalidade e a obra de Machado de Assis. Antes dele, somente Sílvio Romero, no seu livro inepto contra Machado de Assis, José Veríssimo e Araripe Júnior haviam tentado interpretações de Machado de Assis, e ainda o conselheiro Lafayette, que respondeu em poucas páginas ao libelo de Sílvio Romero. A série de conferências de Alfredo Pujol, posteriormente reunidas em volume, valeu-lhe a consagração da Academia e o mérito de ser um dos primeiros estudiosos da vida e da obra do maior escritor brasileiro.

Inteligente, culto, Alfredo Pujol era conhecido também pelo amor aos livros. Nas suas viagens pela Europa, freqüentava os magasins e os bouquinistes, dedicando a maior parte do tempo a essas visitas de sua predileção. Assistia, com assiduidade, às conferências literárias, no Colégio de França e na Sorbonne. Era um trabalhador infatigável e um cavalheiro distinto pelo espírito de sociabilidade.

Era membro da Academia Paulista de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

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